Rasga
essa roupa suavemente sem pudor.
Sente
o amor que emana deste corpo sedento do teu calor.
Despe
cada peça com leveza e rouba esta minha enclausurada tristeza.
Tu
és capaz de fazer tal proeza. Arrebata-me com a tua subtileza.
Tantas
vezes, tive de esconder o meu querer.
Tantas
vezes, sonhei com o nosso amanhecer.
Tantas
vezes, imaginei os nossos corpos enleados um no outro ao anoitecer.
Não
fui fraco nem cobarde. Simplesmente, tive medo de te perder.
Não
vou entregar o meu destino a nenhum malmequer.
Já
esperei tempo demais. Não quero deixar este sentimento a arrefecer.
Nestas
longas e frias noites de inverno, quero aquecer a tua cama
E
nas tórridas noites de verão, serei o calor que te inflama.
O
desejo que alimenta este amor é o mesmo que idolatra o teu odor.
Deixa
o passado arrumado e fica do meu lado.
Deita
fora esse casaco velho que não te aprimora e nem te revigora.
Não
procures nesses bolsos de cetim o teu sádico fim.
As
estrelas que contemplas à noite, não te as posso dar.
Os
grãos de areia que se estendem pela praia, não consigo contar.
Por
outro lado, posso oferecer-te o meu amor e o meu açucarado senso de humor.
Sei
que te faço rir, por vezes, suspirar. Rende-te ao meu encanto! Refina o teu
paladar!
Ama-me
com cólera, com ardor…
Devora-me
com todo o teu fervor.
Contudo,
não quero só êxtase. Esta é a imaculada verdade.
Quero
uma companheira para toda a posterioridade.
Nélson
José Ponte Rodrigues
30/31
– 12 – 2014
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