Uma mulher verdadeiramente bela sabe amar o homem com quem se deita, sabe
interpretar os seus silêncios.
Uma mulher verdadeiramente bela partilha o seu corpo, não o dá nem o vende
a ninguém.
Uma mulher verdadeiramente bela é fiel, companheira e honesta. Não alimenta
subtilmente os desejos carnais dos homens que a rodeiam, que considera interessantes
ou vantajosos. O seu corpo é um templo e não um mercado. Age com requinte,
abomina a vulgaridade.
Uma mulher verdadeiramente bela tem muito mais do que um corpo, tem uma
inteligência ímpar, tem uma sensibilidade graciosa, tem caráter e uma personalidade
flamejante.
Uma mulher verdadeiramente bela não quer a luz dos holofotes, não quer
notoriedade a todo o custo, não quer colecionar nem homens nem troféus, não precisa
de aprovações. Ela confia em si mesma. O seu trajeto diz tudo. Ela não se
exibe. Os seus atos e feitos exibem-na. Não depende do sexo masculino. Não
depende de ninguém.
Uma mulher verdadeiramente bela sabe o que quer e quem quer. Quem requer
muita atenção e ornamentos, denuncia um grande senão. Esse ser, é,
provavelmente, uma rameira que nega compulsivamente a sua natureza, a sua
vocação. Algumas aceitam dinheiro, outras favores e privilégios. Existem,
portanto, mulheres e rameiras. Umas assumidas, outras não.
Uma mulher verdadeiramente bela é livre e íntegra vinte e quatro horas por
dia sem tirar dias de folga. As suas vontades e desejos momentâneos, que
assaltam todos nós, não a corrompem, fortalecem a sua unicidade. O pecado não a
estimula.
Uma mulher verdadeiramente bela venera e respeita o homem que escolheu. Dignifica
o seu título de mulher.
Uma mulher completa é, por todas as razões enumeradas, um manjar dos
deuses, uma obra-prima, é uma musa quase extinta.
Nascer com seios e uma vagina tornam-na feminina, não a transformam miraculosamente
numa mulher na verdadeira aceção da palavra. Todos nós nascemos seres sexuais,
não cidadãos. Um pénis e uma vagina não são indicadores de maturidade ou
integridade.
Somos livres no ato de escolher. Posteriormente, seremos servos dos nossos
atos e palavras. Não há fuga possível. Existem, no entanto, muitas mentiras e
desculpas...Tantas!
O caminho mais fácil e instantâneo sempre foi o mais cómodo e apetecível.
Logo, sempre existiram seres banais e excecionais.
Podemos ser e estar com quem desejamos. A opção é, geralmente, nossa. Culpabilizar
o outro é inútil. A escolha é nossa: mudar ou permanecer igual, ficar ou
partir, dizer sim ou não, agir ou ficar quieto, pensar ou não.
Nelson José Ponte Rodrigues
01-09-2016
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