Vivemos numa sociedade
caracterizada pela amorfia, pelo consumismo desenfreado e pela frivolidade.
Poucos são aqueles que debatem ideias válidas, que questionam a realidade
circundante, que perseguem os seus sonhos, que valorizam a honestidade, a gratidão,
a filantropia...
Ganhar tempo de vida só é
possível quando encontramos o que / quem nos faça feliz. Muitos são aqueles que
perdem tempo de vida inutilmente, discutindo assuntos triviais, adquirindo bens
materiais para ostentar, consumindo corpos sem lhes conferir qualquer valor!
Não somos meros corpos, somos pessoas... certo? Todos nós deveríamos ter uma
identidade honrosa, humildade e dignidade! Nem todos têm.... É um facto
incontornável e lamentável!
Nas novas gerações, não vejo
curiosidade, ambição, a procura pelo perfecionismo. Tantos querem tão pouco! É
assustador! Tantos marcham ao ritmo do tambor e nem ousam descobrir-se...
"Vivem" e contentam-se com tudo aquilo que cai no colo, tudo aquilo
que implica pouco esforço. Assim, é fácil alcançar a "felicidade"... Medíocre,
na minha opinião.
Muitos seguem padrões,
convenções ou costumes: nascer, estudar, namorar, trabalhar, casar, ter filhos
e morrer. Aqueles que não fazem algo que lhes dê prazer, que estão ao lado de
uma pessoa que não amam, que são "forçados" pela sociedade a fazer o
"suposto"... Não vivem, existem! Tu fazes parte de uma sociedade, não
pertences a um rebanho. Um dos piores flagelos da nossa sociedade é: poucos
ditam as regras, alguns (mas poucos) colocam questões ou erguem a voz quando é
necessário. Muitos estão robotizados, domesticados. A apatia é a pior inimiga
da felicidade e da justiça também.
Algumas pessoas são tão ocas,
confinadas a uma existência a preto e branco, por opção e, por isso, perdem
tempo a criticar, sem sentido critico, os outros; têm tempo para julgar todos
aqueles que têm recheio, isto é, aqueles que sonham e que perseguem os seus
sonhos.... Criticam, assim, aqueles que são ousados, sonhadores!
Tantos casam porque está na
hora de casar. Têm filhos porque está na hora de ter filhos. Quem disse? Devo
seguir estas vozes e ignorar a minha própria voz? Devo abandonar os meus
verdadeiros desejos perante as "regras" da sociedade?! Não!
Não sou e nunca fui presunçoso. Sei o que quero
e o que não quero. Só isso!
Por vezes, demoro muito tempo
a decidir-me. É verdade, não nego! Embora "muito" ou
"pouco" sejam palavras muito vagas em certas circunstâncias. Tenho a
plena consciência que poderia ser mais ousado e, assim, não perderia
"tanto" tempo a tomar decisões, mas, por outro lado, ganho tempo.
Avanço quando me sinto verdadeiramente preparado para a batalha. Sou cauteloso
demais e detesto errar. Gosto de avaliar os prós e os contras, especialmente,
quando quero loucamente algo ou alguém. Então, luto com vigor. Quando venero
algo ou alguém, entrego-me completamente.
Espero um dia fechar os olhos,
pela última vez, e dizer: Sim, fui feliz!
Ainda sou um menino sonhador.
Eu sigo as minhas paixões, isto é, tudo aquilo que me faça feliz. Posso não ter
tudo (aquilo que quero), mas, pelo menos, tento tornar os meus sonhos
realidade. Posso caminhar devagar e, por vezes, tropeçar, mas, pelo menos,
caminho. Ouço a voz do meu coração, o "eu" que sussurra na minha
mente! Aquele que tenta ser feliz, nunca fracassa... aprende, descobre-se!
As minhas prioridades
continuam a ser as mesmas de sempre: fazer aquilo que me faz feliz; rodear-me
daqueles que me amam, que me compreendem, que acreditam no meu potencial, que
me guiam quando estou perdido. Recuso-me a ser apenas mais um que vive uma vida
incolor e insípida.
Não quero fama, quero marcar
vidas, inspirar... Viver e ser apenas
mais um no meio da multidão não me fascina. Existir é fácil. Viver é difícil.
Portanto, uns só respiram. Outros vivem.
EU, a todo o custo, tento
VIVER! Respirar é um ato mecânico, irrefletido. Viver, por outro lado, é a
maior qualidade daqueles que, simplesmente, não têm uma vida simples, fácil.
Aqueles que lutam em nome
individual pela própria felicidade sem estratagemas nem dependências e / ou aqueles
que são o que são por mérito próprio são, indubitavelmente, os senhores
incontestáveis da sua felicidade. Nada dá mais prazer do que conquistar com as
nossas próprias mãos a nossa felicidade.
Tudo aquilo que implica
esforço, determinação, lágrimas e suor torna-nos mais fortes e sábios. E tu?
Queres viver ou existir? Não te contentes com pouco quando tens tanto para dar!
Viver não é uma imposição, é
uma escolha. Preferes uma vida sem tempero (existir) ou uma vida temperada a
rigor (viver)? Viver implica algumas quedas, deceções e muitas doses de
perseverança... Aqueles que vivem sofrem, geralmente, mais. São assombrados por
muitas dúvidas ou receios. Só aqueles que arriscam vivem neste constante
tumulto interno.
Quem opta por uma vida morna,
sem sal, regidos por rotinas extenuantes e até sufocantes, não se depara com
tantos momentos de ansiedade. Contudo, quem exerce conscientemente o direito de
VIVER, sente tudo com muita intensidade. Sim... vale a pena VIVER!
06-04-2014
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