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Escrever é muito mais do que uma mera paixão, é uma parte de mim!
Na poesia, os pensamentos, as ideias e as emoções ganham vida própria, deixam de ser uma parte do autor e rompem a fronteira do "eu" , abraçando, assim, outras realidades, outras vidas.
Nélson J. Ponte Rodrigues

domingo, 5 de abril de 2015

Amor No Século XXI





Amor... Amor... Amor... Isso ainda existe?

Onde está escondido, então?

Conheço muitas formas de "amor" e nenhuma delas é amor.

Amam-se momentos, coisas, adornos, corpos, títulos, cargos...

Esse é o "amor" dos nossos dias.

Ama-se tudo, menos o outro.

 

Ama-se a música, mas não o cantor.

É mais fácil recordar o quadro do que o nome do artista que o pintou.

Ama-se o que não pode ser amado.

Nada disto faz sentido, mas este é o "amor" sem precedentes que tantos conhecem.

Mancham a reputação do amor...

Amar implica dar e receber.

Acima de tudo, implica sentir e fazer sentir.

 

Amor, fecho-te a sete chaves

Dentro do meu coração.

Se ninguém o sabe ter,

A luz do dia não a voltarás a ver.

 

Este é o amor do século XXI:

Leviano aquele que usa o seu nome

Sem nunca o ter decifrado, entendido.

Amar tornou-se numa palavra banal.

É tão fácil de pronunciar e soa deliciosamente bem ao ouvido.

Por vezes, é um premeditado gemido.

 

Amar...

Tal palavra não ouso dizer,

Pois não a sei dissociar do seu único e verdadeiro significado.

Adorar...

Todos nós adoramos algo ou alguém.

Amor...

É um privilégio para alguns, uma agonia para outros...

Amor-próprio... desse não prescindo.

Quem só adora, só pensa no agora.

A vida, assim, é bem mais fácil!

 

Se não é possível amar alguém na segunda pessoa do singular...

Então, é melhor permanecer, aqui, comigo.

Longe do cantar das sereias,

Dos ferrões das colmeias.

Não implores por esse suposto amor

Quem só te quer nos momentos de calor.

 

Se não o podes ter,

Se não depende do teu querer,

Se não está ao teu lado ao amanhecer,

Se te faz sofrer antes de acontecer,

Se perdeste depois de o ter,

É melhor esquecê-lo.

Nunca é tarde para aprender e recomeçar.

 

 Adeus, Amor.

 

Nelson José Ponte Rodrigues

19-01-2015


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