Amor... Amor... Amor... Isso ainda existe?
Onde está escondido, então?
Conheço muitas formas de "amor" e
nenhuma delas é amor.
Amam-se momentos, coisas, adornos, corpos,
títulos, cargos...
Esse é o "amor" dos nossos dias.
Ama-se tudo, menos o outro.
Ama-se a música, mas não o cantor.
É mais fácil recordar o quadro do que o nome do
artista que o pintou.
Ama-se o que não pode ser amado.
Nada disto faz sentido, mas este é o
"amor" sem precedentes que tantos conhecem.
Mancham a reputação do amor...
Amar implica dar e receber.
Acima de tudo, implica sentir e fazer sentir.
Amor, fecho-te a sete chaves
Dentro do meu coração.
Se ninguém o sabe ter,
A luz do dia não a voltarás a ver.
Este é o amor do século XXI:
Leviano aquele que usa o seu nome
Sem nunca o ter decifrado, entendido.
Amar tornou-se numa palavra banal.
É tão fácil de pronunciar e soa deliciosamente
bem ao ouvido.
Por vezes, é um premeditado gemido.
Amar...
Tal palavra não ouso dizer,
Pois não a sei dissociar do seu único e
verdadeiro significado.
Adorar...
Todos nós adoramos algo ou alguém.
Amor...
É um privilégio para alguns, uma agonia para outros...
Amor-próprio... desse não prescindo.
Quem só adora, só pensa no agora.
A vida, assim, é bem mais fácil!
Se não é possível amar alguém na segunda pessoa
do singular...
Então, é melhor permanecer, aqui, comigo.
Longe do cantar das sereias,
Dos ferrões das colmeias.
Não implores por esse suposto amor
Quem só te quer nos momentos de calor.
Se não o podes ter,
Se não depende do teu querer,
Se não está ao teu lado ao amanhecer,
Se te faz sofrer antes de acontecer,
Se perdeste depois de o ter,
É melhor esquecê-lo.
Nunca é tarde para aprender e recomeçar.
Adeus,
Amor.
Nelson José Ponte Rodrigues
19-01-2015
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