Se
amar é sofrer,
Ter
e perder,
Prefiro
na solidão permanecer,
Pois
nem mais uma lágrima irei verter.
Já
entreguei tudo e fiquei sem nada…
Só
com as lembranças da pessoa amada.
Tanto
tempo perdi
A
criar mulheres inexistentes,
Romances
surpreendentes.
Sim,
já me apunhalei algumas vezes, isto é, quando criei pessoas irreais.
Vi,
momentaneamente, seres sensacionais.
Depois,
acordei...
Não
queria sofrer, ver a realidade.
Sim,
fui servo das minhas mentiras e ilusões,
Embora
a verdade estivesse diante de mim
E
até já conhecesse o fim.
Adiar
o que te fará sofrer,
Não
o impedirá de acontecer. (Isso já constatei.)
Atualmente,
acredito em poucas coisas...
O
amor atual tem como base o desejo que irrompe ao amanhecer,
Mas
que sucumbe muitas vezes antes do primeiro entardecer.
Muitos
desejam, poucos amam...
Essa
palavra que outrora tinha tanto brilho e charme.
Hoje
em dia, tornou-se banal e opaca, sobrevalorizando-se a carne.
Um
dia perguntaram-me: Então, já não acreditas no amor?
Na
definição de amor atual, não! Na vontade, sim! Essa é bem percetível!
A
vontade, essa qualidade humana, que é sempre visível.
Qualquer
um declara o seu suposto amor...
Contrariamente,
a vontade tem sempre um digno autor.
Qualquer
vagabundo despe uma mulher
E
qualquer rameira se rende ao seu sobejo querer.
Tudo
é tão fácil e instantâneo.... Perdeu-se o encanto do cortejo!
O
corpo, para alguns, já não é um templo, é uma estrada.
Todos
podem andar nela sem pagar (por vezes), sem aguardar, sem expetativas criar...
Dia
após dia, a palavra amor é maltratada.
Trata-se
de uma planta que por muitos é regada e acariciada.
No
meio de tanta atenção, fica, na verdade, desvalorizada.
Vejo
tantos corpos deambulando por aí... e onde estão as suas almas?
A
vulgaridade nunca tornou ninguém especial nem imortal.
Aprecia-se
em demasia a fugacidade e a excentricidade.
Estarão
tantos corpos em saldos?
Tudo
é possível quando o cérebro deixa de funcionar, de opinar!
Corpos...
vejo tantos corpos todos os dias!
Onde
estão as pessoas, os corpos com alma e consciência?
Que
enorme demência!
Com
orgulho, grito: faço parte da resistência!
Nélson
José Ponte Rodrigues
18-03-2016
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