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Escrever é muito mais do que uma mera paixão, é uma parte de mim!
Na poesia, os pensamentos, as ideias e as emoções ganham vida própria, deixam de ser uma parte do autor e rompem a fronteira do "eu" , abraçando, assim, outras realidades, outras vidas.
Nélson J. Ponte Rodrigues

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Agora, dá-me uma boa razão para te começar a amar! Dás-me?



Sim, és bonita, elegante, charmosa e inteligente. Para além da soberba que enche os teus olhos misteriosos, tu és ainda senhora de uma eloquência exímia. Tenho, igualmente, plena consciência da tua popularidade e notoriedade. Com tantas qualidades por enumerar, seria melhor deitar-me ao teu lado.

Desde daquele primeiríssimo dia em que te vi, apreciei de imediato o teu sorriso resplandecente, o teu senso de humor aguçado e espontaneidade. Nesse dia, os meus olhos gulosos já haviam contornado, em poucos segundos, as curvas do teu corpo, imaginando a tua silhueta nua à luz de uma vela num quarto com uma suave fragrância a açafrão e canela.

Colonizaste, subitamente, a minha mente, destroçando, assim, a minha longa tranquilidade. Devolveste-me o meu lado mais primordial, animal…

Despertaste ainda aquele meu lado mais pervertido que eu julgava já ter perdido. E eu nem tive tempo para lobrigar. Nesse momento, quis despir-me de pudores e pavores.

Ainda me recordo do nosso primeiro beijo… Os teus lábios quentes e veludosos enrijeceram as carnes mais adormecidas.

Pouco depois, um incêndio deflagrou no meu corpo. Desde então, quis sentir a tua epiderme, o teu aroma, os teus outros lábios bem humedecidos…

Certamente, tens um pelotão de homens, desde executivos a marginais, que adorariam desfolhar os teus atributos, um por um. Eu quero muito mais.

Prefiro conhecer-te lentamente, alimentar fantasias, criar guiões eróticos. Um filme sem um bom enredo ou suspense está, à partida, condenado ao fracasso. Um corpo nu depois do apogeu, do clímax, nada mais tem a oferecer caso o uses só para obter e oferecer prazer.

Estou, obviamente, siderado pela tua imponência. No entanto, o tempo ensinou-me a dominar a carne em prol do coração. Detesto perder tempo. Ilusões são pedaços de tempo irrecuperáveis.

Fustigado pelas feridas do passado, permaneço ainda na mesma redoma, no mesmo abrigo.

Atualmente, poucas mulheres são surpreendentes. As mulheres com as quais me deitei eram caçadoras que só queriam carne ou outro tipo de proveito. Não queriam o homem que habita em mim, queriam um corpo, um passatempo, um refúgio, uma personalidade que, por vezes, não era a minha. Bem, voltando ao cerne da questão…

Vais ser uma mulher dulcíssima como um doce conventual, aprazível como a brisa do mar e libertina sempre que as nossas peles se tocarem? Vais? Eu adoro.

No entanto, preciso de uma forte dose de cautela. Preenches com exatidão o perfil da tragédia que se avizinha. Já conheci o anjo e o demónio na mesma mulher.

Sim, já sei que és uma mulher atraente, eloquente, elegante e inteligente.

Agora, dá-me uma boa razão para te começar a amar?

Não quero ser um servo das ilusões nem um discípulo das deceções. Essa Era acabou!

Há muitas prostituas por aí, ainda que as piores nem sequer reconheçam a sua vocação. Algumas até são refinadas e falam muito bem. Essas são as mais perigosas.

Não sou um homem vulgar. Sou aquele homem que nunca tiveste, que algumas irão recordar com saudade e amargura.

Se ficares… Talvez, encontres o homem que algumas mulheres querem, mas não sabem manter.

Nélson José Ponte Rodrigues

15-16/06/2016





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