Mais ou menos e quase... Repudio tudo e todos que despertem tais sentimentos em mim. Valorizo muito o meu tempo, a minha disponibilidade, e, por isso, todo o tempo que dedico a algo ou a alguém é, na verdade, uma parte de mim que partilho. Trata-se de uma partilha sem retorno.
Quanto maior o amor, a amizade ou admiração, mais tempo é necessário para manter essa chama flamejante. Não imploro por nada. Não exijo nada. Aprecio uma retribuição justa e sensata. Só isso!
Gosto de amar e de ser amado também. Gosto de acarinhar e de ser acarinhado. Afinal, quem não gosta? Se queres mais, dá mais! Serei intransigente e egoísta? Talvez!
Os sentimentos intensos requerem tempo e dedicação. Esquecer alguém é difícil, mas perdoar esse esquecimento, essa ausência, é muito mais.
Numa vida tão atribulada, nunca te esqueças de quem te abraça ou beija quando fechas a porta do mundo exterior. Dói dar tanto de nós e ao final do dia sentirmo-nos tão sós. Nem tudo é autossuficiente. O amor e a paixão não o são.
Preserva-me antes que só tenhas memórias de mim. Se queres sentir o meu corpo ou simplesmente ouvir a minha voz... Lembra-te agora! O que realmente importa é o agora; o que já foi, o que poderá ser não importam. Fica ou, então, vai. Abre a porta ou fecha-a de uma só vez. Não me deixes aqui a pensar em ti enquanto ocupas o teu tempo com outra pessoa que já te roubou de mim. Eu já oiço os teus passos lá fora... distantes, cada vez mais distantes.
Nélson José Ponte Rodrigues
05-03-2016
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