Tens a beleza que
almejo,
O corpo que loucamente
desejo.
Adoro humedecer os meus
lábios nos teus,
Intensificar o bater dos
nossos corações, soltar palavrões
Enquanto contorcemos os
nossos corpos sem véus.
Gememos sem receio, namoramos
sem freios.
Um dia sem ti parece um
calvário.
Consegues converter o
mundano em extraordinário.
Já não ouso reprimir o
prazer resplandecente
Embora já o tenha feito
com o meu tolo consentimento.
Oprimi durante tanto
tempo a minha volúpia mais ardente.
Sim, já fui fulano,
beltrano e sicrano.
Nómada sem abrigo, um
corpo, um individuo.
Já saboreei a nóxia solidão.
E já fui escravo da
trépida ilusão.
Todavia, tudo mudou,
pois agora o desespero finalmente sangrou.
Por vezes, foi difícil
lobrigar a felicidade que permanecia tão distante.
Tudo parecia cinzento, a
vida era deprimente, a saudade sempre presente.
A serendipidade perdeu-se,
tornou-se ausente.
Perguntava-me por onde
vagueava.
Finalmente, numa tarde
de domingo, encontrei a mulher que me podia oferecer
Carinho, conforto,
lealdade e prazer.
Nunca suspeitei que por
detrás de um formoso olhar
Poderia encontrar um ser
espetacular.
Tantas vezes, fui
seduzido por belas pernas e peitos,
Cabelos sedosos, dentes
brancos e bem moldados.
Desta vez, a sorte
bafejou-me… (eu creio)
Quando a felicidade
tarda tanto em aparecer, receio acordar e tudo perder.
Mereço ser feliz ao lado
de alguém que retribua amor,
Pois já amei quem nunca
o demonstrou.
Não se escolhe quem se
ama.
Escolhe-se apenas quem
se mete na cama.
No auge da paixão ainda
não há amor,
Há apenas um tórrido e
sufocante calor.
É essa vontade louca, esse
apetite insano…
É essa acidez que
consome corpos amorfos.
Alguns perseguem prazerosos
momentos…
Ao invés disso, eu
prefiro investir em sentimentos.
Sou atípico para muitos
homens e mulheres.
Numa sociedade onde o
prazer prevalecer ao saber,
É árduo deparar-me com
alguém que entenda esse meu parecer.
Atualmente, isso já não
me pode comprometer.
Felizmente, encontrei um
ser singular
Que sabe amar e fornicar
como uma rameira.
No meu coração, não há
lugar para uma segunda ou terceira,
Apenas há espaço para a
primeira… Tu és a tal!
A volúpia que sempre
cobicei não está entre as pernas
Que facilmente são
abertas
E que deixam escorrer os
fluidos que testemunham o prazer.
Sempre quis o que muitos declamam para agradar e algures pernoitar.
Tu seduziste-me com inteligência
e uma leve pitada de indecência.
Soubeste conquistar o
meu coração na perfeição.
Trair-te seria um puro ato
de imperdoável demência.
Logo, de noite ou de
dia, sei onde está o meu porto seguro, o amor que supera a razão.
Nélson José Ponte
Rodrigues
09-07-2016
Sem comentários:
Enviar um comentário