Prefiro o silêncio ao ruído das palavras. E tu? O que preferes? Muitos
limitam-se a reproduzir palavras saturadas e ocas; poucos são aqueles que
surpreendem. O eco é ensurdecedor!
A exuberância e a simplicidade são perfeitamente antagónicas. No entanto,
algumas pessoas conseguem caminhar na fronteira ténue que as separam. Logo, o
extraordinário fascina-me. Tudo o resto... É isso mesmo, um resto, por vezes,
um mero dejeto.
A idade fustiga a beleza, mas enobrece o ego, fortalece a autoestima,
filtra as "impurezas". O que não acrescenta, é supérfluo. Portanto, a maturidade conquistada
ao longo dos anos ensina.
A vida é uma viagem. Nesta viagem, há lágrimas e júbilo. Aprende a
afastar-te da falsa felicidade, do contentamento descontente. Livra-te da bagagem em excesso.
Aprecia e celebra a tua singularidade todos os dias. Começa, recomeça. Não
morras antes da tua hora chegar. Abraça-te.
A vida é um fôlego. Aproveita os pequenos instantes insignificantes (as
rotinas), a solidão, as conversas banais, o café que bebes todas as manhãs,
etc. Fá-lo na melhor companhia possível. E quem é? Tu és essa pessoa. Tu
és insubstituível. Repete! Outra Vez! Acredita! Não há mundo nem
pessoas se por cá não estiveres. Por vezes, encontramos alguém digno do
mesmo ar que nos rodeia.
A vida tem várias paragens, cais e apeadeiros e neles encontrarás amigos,
inimigos, colegas, conhecidos, desamores e, talvez, um grande amor. Nesta
viagem finita, poucos ou nenhuns te irão acompanhar ao longo de toda a vida. Ao
longo de cada etapa, alguns ficam, outros vão, uns regressam, outros
desaparecem. A vida é mesmo assim. Quase tudo possui um início e um fim. Não
desanimes! E nunca percas a vontade de conhecer novas pessoas, novos
horizontes.
Relativamente ao amor, deixo-te uma sugestão: não procures "o/a
tal". Age naturalmente, exibe-te como tu és sem apetrechos ou disfarces. Não obstante, existimos com ou sem
alguém ao nosso lado. É um facto! Nem todos encontram a tal pessoa especial.
Por conseguinte, não invistas muito tempo numa odisseia incerta. Investe em ti.
Viaja, estuda, escolhe um passatempo, uma atividade que te dê prazer...
As relações humanas acontecem naturalmente. Sai, aproveita a vida enquanto
tens energia. Faz o que tens de fazer, quando o tens de fazer. Não queiras
integrar personagens na tua história a todo o custo. Isso implica um tremendo
desgaste físico e mental. Esquece! A tua vida não é uma série de televisão ou
uma novela. Não há guiões. Deixa o destino surpreender-te. Sentimentos forçados, a carência
afetiva, a baixa autoestima e qualquer tipo de dependência só proporcionam
amargura e deceção embora o negues inicialmente. Sê forte e não te esqueças que
muitos já perderam a oportunidade de viver.
Se estás a ler este texto, sorri, salta, expressa alguma alegria, pois
ainda estás a bordo. Aproveita bem a viagem. Mais tarde, só estarás vivo nas
memórias de alguns.
Aproveita bem o intervalo entre a vida e a morte. Tudo termina. O sofrimento
também. Admiro aquelas pessoas que superam as brutais adversidades da vida de
forma quase instantânea. Desperdiçar a vida deveria ser considerado um
crime, uma ofensa, um ato de pura demência.
Independentemente de quaisquer crenças ou religiões, qualquer um de nós
pode renascer, transformar-se, mudar ao longo desta vida. Nesta vida há muitos
canalhas e rameiras. Homens e mulheres ávidos de poder, popularidade ou dinheiro.
Investem muito em fachadas e pouco ou nada na sua vertente humana. Perdem,
assim, o seu lado humano. Poucos irão valorizar os teus valores morais,
altruísmo ou caráter. Muitos te irão apedrejar (verbalmente) e condenar assim
que tiverem uma oportunidade para tal. O ser humano tem um fascínio natural
pela tragédia. Segue em frente! Poucos terão uma existência virtuosa, digna de
registo ou condecoração. No leito final, não há distinções ou disparidades.
Quando perdemos o nosso bem mais precioso, tudo o resto desaparece.
Preserva o que gera alegria e motivação na tua vida e afasta-te de tudo
aquilo que perturbe a tua paz e bem-estar. Limita-te a enfrentar o que
realmente tens de erradicar da tua vida. As guerras que travas nesta vida
são autênticas perdas de tempo e de energia.
Acolhe o bem e aprende a ignorar aqueles que te usam ou menosprezam. O desprezo é a "vingança" dos sábios. A vida é mesmo assim. Habitua-te!
Nelson José Ponte Rodrigues
11-08-2016
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